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Com ações articuladas junto ao Projeto Mulher Segura da Polícia Militar, Centro de Atendimento à Mulher atua na prevenção à violência doméstica

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Foto: Bruno Seleguim

O serviço especializado de atendimento à mulher vítima de violência doméstica realizado através do Centro de Atendimento à Mulher “CAM Vida Nova”, passou por um importante processo de restruturação.

Visando atender as novas formas de atendimento implantadas no Município, a rede de proteção à mulher que atua em Nova Andradina, propõe o atendimento preventivo, à busca ativa, à demanda espontânea, aos grupos de apoio psicológico, às oficinas terapêuticas e atendimento aos agressores, público, até então, ignorado enquanto passivo ao trabalho educativo deste serviço de enfrentamento à violência contra a mulher.

Toda a reestruturação, explica a secretária de Assistência Social Julliana Ortega, foi cuidadosamente pensada e planejada, ocorrendo em concomitância com a implantação do Projeto Mulher Segura, pela Polícia Militar, que trouxe para o Município importantes inovações no que tange ao atendimento à mulher vítima de violência doméstica.

“Hoje, iniciou-se um atendimento diferenciado por meio do grupo de apoio psicológico. Todo este trabalho contará com a supervisão técnica da psicóloga, especialista em violência doméstica e subsecretaria de Políticas de Assistência Social Sonia Cristina Rodrigues Amaral”, esclarece Julliana Ortega.

Camila Moreno, experiente em atendimento de situações de violências com ampla prática no CREAS, coordenará o grupo de apoio em parceria com estagiarias do últimos semestres de Psicologia da UNIGRAN. “O grupo de apoio psicológico é fundamental para a trabalhar a autoestima e relacionamento interpessoal da mulher, pois estes são um dos principais pontos afetados quando ocorre a violência doméstica,” afirma Camila.

“O atendimento através do grupo de apoio psicológico foi muito bem aceito pelas mulheres, já no primeiro encontro tivemos um número bem expressivo de participantes. Só confirmamos que realmente era uma intervenção necessária, iniciar esta nova metodologia agora, junto com a implantação do “Projeto Mulher Segura”, foi bem estratégico, estamos bem otimistas com os resultados”, comenta a secretária Julliana Ortega.

A coordenadora e pedagoga Bernadete Petk Maniçoba, atuante na equipe do CAM há mais de 4 anos, aprova as novas ideias adotadas no enfrentamento à violência. “As novas intervenções só vieram somar e com certeza, irão beneficiar as mulheres atendidas, sobretudo, encorajar aquelas que ainda não estão em atendimento. Com esta nova metodologia de trabalho intensificaremos a busca ativa das mulheres que ainda não estão em atendimento, bem como a demanda espontânea, mulheres que não se sintam seguras, por algum motivo, para realizar a denúncia e precisam ser orientadas para conseguirem denunciar as agressões sofridas”, disse Bernadete.

Outro fator essencial identificado pelas técnicas à linha do rompimento do círculo da violência é o atendimento ao agressor. Esse projeto já ocorre em outros municípios do estado em parceria com o Ministério público e Poder Judiciário. Em Nova Andradina, a metodologia será desenvolvida fora do Centro de Atendimento, em dia e local especifico, o que não colocará as mulheres em risco, nem à constrangimentos.

Para a subsecretária Sônia Amaral, a violência doméstica é um fenômeno complexo e envolve padrões de comportamentos amplamente ligados a cultura do machismo, a fatores emocionais, familiares e sociais. “O atendimento às vítimas é fundamental e por isso prioritário, mas se não tratados, muitos agressores perpetuarão a violência em outros relacionamentos, fazendo assim novas vítimas”, considera a psicóloga Sonia.

A nova estratégia será iniciada já na próxima semana através de ciclos de oficinas terapêuticas de pintura em tecido. “Não se trata de um curso de pintura, e sim um momento de expressão de sentimentos e emoções, a pintura é apenas um mediador. Este tipo de trabalho já é comprovadamente muito eficaz, em outros espaços de promoção da saúde mental. Estamos encantadas com esta possibilidade de fazer este atendimento dentro do CAM”, explica Julliana.