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Pesquisadores irão mapear as regiões de ocorrência de javalis no estado e discutir estratégias de controle de crescimento populacional desses animais

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Foto: Gláucia Piovesan

As áreas rurais de Nova Andradina serão alvo de uma pesquisa da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Pantanal que irá fazer o monitoramento e controle populacional de javalis, espécie exótica invasora, responsável por problemas relacionados à saúde pública, desequilíbrio ambiental, riscos sanitários e prejuízos econômicos as lavouras e áreas de pastagem em vários estados brasileiros.

O acordo de cooperação entre o município e a Embrapa foi selado nesta terça-feira (3) em reunião realizada no Paço Municipal. A Prefeitura foi representada pela subsecretária de Meio Ambiente, Cornelia Nagel, e os pesquisadores Aiesca Oliveira Pellegrin e Valfrido Moraes Thomaz.

Neste primeiro contato, os pesquisadores solicitaram apoio do município na realização do trabalho de campo. O objetivo é mobilizar produtores e pecuaristas que possam auxiliar na identificação de ocorrências de javalis. Essas informações servirão de base para o controle populacional, de estratégias de manejo, bem como para as ações de vigilância. 

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Foto: Gláucia Piovesan

“A ideia é montar um experimento de campo com armadilha fotográfica automática para geração de estatísticas e, posteriormente, avaliar os resultados do manejo proposto, permitindo a manutenção ou correções no rumo. A parceria com as prefeituras busca facilitar o acesso a essas áreas e aos produtores rurais, atores importantes no controle do animal”, explica o pesquisador.

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Foto: Internet

Segundo informações da pesquisadora Aiesca Oliveira Pellegrin, há relatos de que a ação de javalis resultou na perda de 17% a 23% da produção de milho em algumas propriedades rurais de MS. Os suínos asselvajados (os javalis é um deles), representam um risco para a suinocultura, no tocante à transmissão de peste suína clássica e outras doenças.

Diante da extensão deste problema, foi criado um grupo de trabalho para estudar, propor metodologias e soluções que venham minimizar os danos decorrentes da presença de javalis no estado.

“O prejuízo é gigante para a agricultura e a pecuária. Onde ele chega, causa destruição nas nascentes dos rios e na vegetação, doenças no ser humano e nos animais, além de ameaçar a produção de suínos, que é muito expressiva no estado. É um grande desafio o controle dessa população que está em franca expansão no país”, informa Aiesca.

A demanda inicial por esta pesquisa partiu do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e Ministério do Meio Ambiente. No Mato Grosso do Sul, o plano de prevenção, monitoramento e controle desses animais é realizado pela EMBRAPA, em parceria Fundect (Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul), Secretaria Estadual do Meio Ambiente, sindicatos rurais e clubes de tiro.

Em Nova Andradina, a meta é atingir uma área de 5 mil hectares de território, onde serão instalados 30 pontos de monitoramento por aproximadamente 3 anos. Os produtores interessados em colaborar nesta iniciativa assinarão um acordo com a Embrapa para que os pesquisadores tenham livre acesso à área.

A subsecretária Cornélia Nagel afirmou que este trabalho de sensibilização dos produtores será feito nos próximos meses, especialmente, aqueles que fazem o plantio de milho e da mandioca e sofrem com ataques de javalis. E fez um convite para que os pesquisadores participem da próxima reunião do Comitê de Bacias, que deve acontecer em Nova Andradina no mês de março, onde poderão divulgar este trabalho.

Outras regiões como Corumbá, Maracaju, Bonito, Itaporã, entre outras estão sendo contempladas na pesquisa. Em todas as reuniões, a presença de público tem crescido, variando de 25 a 80 manejadores, o que é bastante expressivo por se tratar de um assunto de grande interesse que pode afetar a economia do Mato Grosso do Sul.