Please ensure Javascript is enabled for purposes of Acessibilidade

Desde o princípio da educação foi visto a necessidade de todos quantos quiserem ter oportunidades de estudar gratuitamente, porém, percebemos certa dificuldade de acesso para esse público. A educação básica é de 0 a 5 anos como nos diz a LDB, no entanto, na zona rural não temos as escolas infantis conhecidas como creches, mas aproximadamente aos 4 anos a criança entra no Pré I e continua os estudos progressivamente.

Mesmo com o passar dos anos vemos que ainda a educação no campo é segregacionista, pois, na maioria das vezes somente o filho do latifundiário tem “direito” de estudar na cidade. Neste contexto, a demanda escolar que se vai constituindo é predominantemente oriunda das chamadas classes médias emergentes que identificavam, na educação escolar, um fator de ascensão social e de ingresso nas ocupações do embrionário processo de industrialização.

Para a população residente no campo, o cenário era outro. A ausência de uma consciência a respeito do valor da educação no processo de constituição da cidadania, ao lado das técnicas arcaicas do cultivo que não exigiam dos trabalhadores rurais nenhuma preparação, nem mesmo a alfabetização, contribuíram para a ausência de uma proposta de educação escolar voltada aos interesses dos camponeses.

Conclui-se que, como já dizia Paulo Freire: “se a educação não for não libertadora, o sonho do oprimido é se tornar opressor”, ou seja, todos temos que ser livres e buscar os conhecimentos ultrapassando barreiras apresentadas. O educador para pôr em prática o diálogo, não deve colocar-se na posição de detentor do saber, deve antes, colocar-se na posição de quem não sabe tudo, reconhecendo que mesmo um analfabeto é portador do conhecimento mais importante: o da vida. O professor não deve preocupar-se somente com o conhecimento através da absorção de informações, mas também pelo processo de construção da cidadania do aluno.

(*) Gemima Nunes Paulista, 19 anos, acadêmica de História pela UFMS (Câmpus de Nova Andradina).