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        Nova Andradina irá realizar a Campanha de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, como acontece anualmente, com atividades visando o fortalecimento da mulher. A Campanha é uma realização do Governo Municipal, através da Secretaria Municipal de Políticas para a Mulher, contando com importantes parceiros, como a Secretaria Municipal de Saúde, Polícia Militar, Poder Judiciário, Corpo de Bombeiros, Delegacia de Atendimento à Mulher, Rotary Club Centenário, entre outros.         A programação será iniciada no dia 26 de novembro, com entrevista na rádio local para divulgação da campanha, e encerra-se no dia 08 de dezembro, com palestra a ser realizada no Bairro Laranjal, sobre a importância da Rede de Atendimento.         O momento mais aguardado é a presença de Maria da Penha Maia Fernandes, que é um símbolo contra a violência doméstica e dá nome à lei federal nº 11.340, sancionada em 2006 para combater os crimes de violência doméstica, com condenação e pena para os agressores.          A abertura da campanha, com o Laço Branco, quando todos os homens recebem simbolicamente o laço branco para manifestar que são contra a violência contra as mulheres, haverá também uma palestra com Maria da Penha. O evento será realizado no dia 28 de novembro, às 19h30, na Câmara Municipal de Nova Andradina. “Maria da Penha é história viva e um símbolo do combate à violência, e acredito que a sua presença será de fundamental importância para o trabalho que desenvolvemos em Nova Andradina”, destacou a secretária de Políticas para a Mulher, Jozeli Chulli.         Entre tantas conquistas, o município de Nova Andradina sempre foi exemplo para os demais no Estado na questão das políticas públicas para a mulher. Em 2006, foi criada a Coordenadoria da Mulher, com um Centro de Atendimento, e hoje, seis anos depois, Nova Andradina possui a primeira Secretaria Municipal de Políticas para a Mulher criada no Estado de Mato Grosso do Sul, pelo prefeito Gilberto Garcia, no dia 08 de março de 2012 (Dia Internacional da Mulher), dando andamento aos trabalhos e realizando atendimento em rede para todas as mulheres vítimas de violência que procuram o Centro de Atendimento à Mulher (CAM) Nova Vida. “São muitas conquistas, graças ao apoio incondicional que recebemos do prefeito Gilberto Garcia, pudemos realizar em todos estes anos muitas ações e atividades para fortalecimento das mulheres”, explica Jozeli.         Com seis anos de funcionamento, o CAM possui 461 cadastros, sendo 167 novos casos de registro de violência. A secretária Jozeli Chulli atribui o aumento de 201 casos em 2009, para este número atual devido ao trabalho que vem sendo desenvolvido em conjunto com a Polícia Militar, que encaminha todos os registros de violência doméstica para a secretaria. “Só não recebe atendimento a mulher que não quiser. Estamos prontos a atender todos os casos, com todo suporte necessário para romper este ciclo de violência”, afirma Jozeli.          Fazendo parte da Campanha de 16 dias de ativismo pelo fim da violência contra a mulher, será realizado no dia 29 de novembro, a partir das 08 horas, uma caminhada pela Avenida Moura Andrade, também lembrando o Dia Mundial de Luta contra a Aids.         No dia 05 de dezembro, será realizada a entrega da premiação das redações do 2º Concurso de Redações com tema violência contra a mulher, realizado em parceria com o Rotary Club Centenário, na Câmara Municipal de Nova Andradina, às 19h30.         E entre os dias 14 a 23 de dezembro, será realizada mais uma edição da Feira Mulheres de Atitude, com sugestões de presentes para o final de ano, e Praça de Alimentação. A feira acontece na Praça Brasil, com início às 19h30, reunindo sempre um grande público. “Esperamos que todas as pessoas interessadas possam prestigiar a nossa programação de final de ano, preparada para as famílias”, finalizou Jozeli.

SOBRE MARIA DA PENHA – A biofarmacêutica Maria da Penha Maia lutou durante 20 anos para ver seu agressor condenado. Em 1983, o marido de Maria da Penha Maia, o professor universitário Marco Antonio Herredia, tentou matá-la duas vezes. Na primeira vez, deu um tiro e ela ficou paraplégica. Na segunda, tentou eletrocutá-la. Na ocasião, ela tinha 38 anos e três filhas, entre 6 e 2 anos. A investigação começou em junho do mesmo ano, mas a denúncia só foi apresentada ao Ministério Público Estadual em setembro de 1984. Oito anos depois, Herredia foi condenado a oito anos de prisão, mas usou de recursos jurídicos para protelar o cumprimento da pena. O caso chegou à Comissão Interamericana dos Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), que acatou, pela primeira vez, a denúncia de um crime de violência doméstica. Herredia foi preso em 28 de outubro de 2002 e cumpriu dois anos de prisão. Hoje, está em liberdade. Após as tentativas de homicídio, Maria da Penha Maia começou a atuar em movimentos sociais contra violência e impunidade e hoje é coordenadora de Estudos, Pesquisas e Publicações da Associação de Parentes e Amigos de Vítimas de Violência (APAVV) no seu Estado, o Ceará. Ela comemorou a aprovação da lei nº 11.340, em 7 de agosto de 2006, sancionada pelo ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva. “Eu acho que a sociedade estava aguardando essa lei. A mulher não tem mais vergonha [de denunciar]. Ela não tinha condição de denunciar e se atendida na preservação da sua vida”, lembrou. Maria da Penha recomenda que a mulher denuncie a partir da primeira agressão. “Não adianta conviver. Porque a cada dia essa agressão vai aumentar e terminar em assassinato”.